Transplante capilar – FUE
Realizando uma divisão didática do couro cabeludo em área superior, lateral e posterior conseguimos explicar de maneira simplificada o porquê de os homens perderem os cabelos de uma maneira que segue um padrão, atingindo a parte superior e polpando as regiões lateral e posterior. Isso acontece por essas áreas apresentarem origens embrionárias distintas, o que determina que a parte superior pode apresentar receptores sensíveis a ação do DHT e, portanto, desenvolver calvície, enquanto o mesmo não ocorre nas regiões lateral e posterior do couro cabeludo.
O transplante capilar FUE é considerado uma solução definitiva no tratamento da calvície uma vez que os folículos retirados de uma determinada área permanecem com suas características intactas mesmo após serem transferidos a outras partes do corpo. Isso significa que os folículos retirados das regiões lateral e posterior, quando transferidos a parte superior, irão permanecer indiferentes a ação do DHT, uma vez que não apresentam receptores sensíveis a ação desse hormônio. Sendo assim, os fios transplantados não passarão pelo processo de afinamento e queda determinado pela ação do hormônio, permanecendo então de forma definitiva na área em que forem realocados.
Evolução do transplante capilar
Décadas atrás o transplante capilar consistia na transferência de tufos de cabelo contendo de 15 a 20 fios. Isso acontecia por limitações relacionadas ao material e a técnica cirúrgica que ainda não eram suficientemente refinados. Com a intenção de cobrir uma maior área, esses tufos de cabelo eram distribuídos de forma esparsa no couro cabeludo, o que resultava no chamado “cabelo de boneca”, definindo um aspecto totalmente artificial ao resultado do procedimento.
Após décadas de aprimoramento tanto nos materiais utilizados quanto na técnica cirúrgica em si, o resultado obtido através do transplante capilar é considerado natural e praticamente indistinguível do cabelo não transplantado. Isso se deve ao fato de a técnica utilizada, denominada FUE, prezar pela retirada e realocação de pequenas unidades foliculares contendo de 1 a no máximo 4 fios, com a implantação das mesmas na maior densidade quanto o caso clínico permita, observando-se ainda outros detalhes importantes como posicionamento, inclinação e angulação de cada fio.
Como é feito o transplante de cabelo?
ETAPAS DA CIRURGIA DE TRANSPLANTE CAPILAR (TÉCNICA FUE)
1- Extração (retirada das unidades foliculares)
Durante o tempo em que o cirurgião faz a retirada das unidades foliculares, a equipe cirúrgica realiza o acondicionamento e a lapidação de cada unidade. Esse processo realizado ao microscópio garante a separação em grupos de folículos com um, dois, três ou quatro fios. As unidades com mais fios que quatro serão então divididas, evitando-se assim a implantação de grandes grupamentos que poderiam criar aspecto de tufos. Esses são apenas alguns dos cuidados tomados a fim de se garantir a naturalidade no transplante capilar, existindo ainda muitos outros que devem ser rigorosamente observados no decorrer da cirurgia.
2- Incisões
3- Implantação
O transplante capilar é uma cirurgia praticamente indolor. Isso se deve ao fato de ser utilizada uma sedação para a realização da cirurgia, além de anestesia local, que combinadas garantem o conforto do paciente. No pós-operatório são utilizados apenas analgésicos comuns e por no máximo 2 dias, sendo então considerado um procedimento praticamente indolor.
O procedimento geralmente tem duração de 8 a 10h.
Não existe um tempo exato para a indicação do transplante capilar, sendo melhor indicado quando a calvície gera incômodo e existe o desejo de mudança por parte do paciente. Vale ressaltar, porém, que os melhores resultados estéticos serão alcançados em estágios iniciais de calvície, sendo que nos estágios mais avançados deve ser realizado um planejamento para a melhor distribuição dos folículos. Quanto maior a área que irá receber os folículos, menor a densidade capilar final. Portanto, mesmo que em estágios iniciais, não se deve negligenciar o processo de queda dos fios, devendo-se iniciar o tratamento – mesmo que apenas clínico – o quanto antes.
Devido ao trauma cirúrgico os cabelos irão cair alguns dias após serem transplantados, porém a raiz permanece, de forma que os fios voltam a crescer de forma definitiva a partir do terceiro mês. A partir daí o cabelo transplantado não volta a cair, a não ser que posteriormente o paciente seja acometido por doenças extremamente raras do couro cabeludo, ou ainda devido a tratamentos químicos como a quimioterapia que leva a queda de cabelos até mesmo nas regiões lateral e posterior da cabeça.
A quantidade de fios não é pré-determinada, ela depende da extensão da área doadora e essa medida é feita de acordo com a área que o paciente dispõe para ¨doação¨.
Podem, raramente isto acontece, porém os fios podem não sobreviver ao trauma da retirada, manipulação, exposição ao ar e desidratação. Também podem ser causas de um insucesso da cirurgia algumas condições como tabagismo, hipertensão, diabetes e a não observação de alguns cuidados no pós-operatório.
Sim, existem algumas contraindicações ao procedimento cirúrgico, variando desde condições clinicas de saúde até área doadora limitada ou incompatível com o grau de calvície. Dessa maneira é importante procurar um profissional especialista na área para a avaliação individual de cada caso.
